Quando você notar um alto consumo de combustível na frota sem motivos aparentes, as causas podem estar onde você menos imagina.

Um simples pneu descalibrado pode aumentar o consumo em até 10%, um motor mal ajustado pode custar a mais em combustível ao longo do ano e um motorista com hábitos inadequados também pode estar elevando os custos sem que você perceba.

Quando os números não batem e o orçamento aperta, surge a dúvida: minha frota está gastando mais combustível do que deveria? Se essa pergunta já passou pela sua cabeça, talvez seja hora de investigar onde está o “furo da bala” no controle de abastecimento da sua frota. 

Continue lendo para entender melhor!

Como saber se minha frota está gastando mais combustível do que deveria?

A maneira mais eficiente de identificar desperdícios é monitorar de perto o consumo de cada veículo.

Muitas empresas acabam avaliando apenas o gasto total da operação, o que dificulta a identificação de ineficiências individuais. Para ter mais clareza, é importante analisar indicadores que oferecem uma visão detalhada sobre o consumo de combustível da frota.

Monitorar o desempenho individual de cada veículo é essencial para entender os padrões de consumo. Isso pode ser muito bem exemplificado quando dois veículos operam na mesma rota e com a mesma carga, mas um deles apresenta um consumo maior que o outro. 

Se você acompanha apenas o valor total gasto no mês, essa diferença passa despercebida. Agora, se analisar o desempenho individual dos veículos, será possível identificar se há problemas mecânicos, falhas na condução ou até mesmo fraudes no abastecimento.

O segredo para um controle eficiente não é apenas monitorar quanto a frota inteira consome, mas sim como cada veículo contribui para esse consumo.

Para isso, existem indicadores que ajudam a avaliar se o desempenho da frota está dentro do esperado ou se há pontos de melhoria. Alguns dos principais incluem:

Média de Km/L por veículo

Esse é um dos indicadores mais básicos, mas também um dos mais reveladores e ele mostra quantos quilômetros um veículo percorre com cada litro de combustível.

Se um caminhão da frota faz, em média, 3 km/L e outro da mesma categoria faz 2,5 km/L, há um possível indício de problema – que pode estar relacionado a manutenção, condução ou até abastecimento irregular.

Custo de combustível por quilômetro rodado

Além de saber quantos quilômetros cada veículo percorre por litro, é fundamental entender quanto está sendo gasto em reais. Isso porque o custo por km pode variar dependendo da política de abastecimento da empresa e dos preços dos combustíveis em diferentes regiões. 

Para calcular o consumo de combustível, você precisa aplicar a fórmula de: Custo com Combustível = Total de Litros Abastecidos x Preço por Litro.

Assim, você tem uma visão mais clara sobre a saúde financeira da operação e contribui para um cálculo de combustível mais preciso, ajudando na previsão de custos e controle orçamentário.

Variação de consumo por motorista

O comportamento de condução tem impacto direto no consumo de combustível.

Se dois motoristas dirigem veículos semelhantes e operam em condições parecidas, mas um deles tem um gasto maior, pode ser um indicativo de práticas inadequadas, como acelerações bruscas ou falta de planejamento na direção.

Monitorar esse dado ajuda a direcionar treinamentos e melhorar a performance da equipe.

O que provoca o alto consumo de combustível?

Ter clareza sobre os indicadores de consumo é um passo essencial para entender como sua frota está performando. Mas, uma vez que o problema foi confirmado, a próxima pergunta é: o que está causando o consumo elevado?

O combustível de uma frota pode ser desperdiçado de várias formas, desde falhas mecânicas até a falta de controle sobre o comportamento dos motoristas. Entre os principais fatores que impactam negativamente a eficiência do consumo, destacam-se quatro áreas críticas:

1 – Hábitos dos motoristas

O modo como os motoristas conduzem os veículos pode representar a diferença entre uma operação eficiente e um aumento expressivo nos custos de combustível.

Direção agressiva, acelerações bruscas e frenagens desnecessárias são comportamentos que não apenas elevam o consumo, mas também aumentam o desgaste dos componentes do veículo.

Outro fator pouco percebido, mas que influencia diretamente nos gastos, é o tempo em que o motor permanece ligado sem necessidade.

Manter o veículo em marcha lenta por longos períodos – seja aguardando carga e descarga ou durante pausas em viagens – pode gerar um consumo elevado sem nenhum benefício produtivo.

O uso excessivo do ar-condicionado também pode ser um vilão. Dependendo do modelo do veículo e das condições externas, o ar-condicionado pode aumentar o consumo de combustível em até 20%.

Em regiões quentes, seu uso é indispensável, mas é importante orientar os motoristas sobre como utilizá-lo de forma mais proveitosa.

2 – Manutenção inadequada dos veículos

Veículos que não passam por manutenções regulares apresentam maior resistência mecânica, forçando o motor a trabalhar mais e consumir mais combustível.

Alguns dos principais pontos de atenção incluem:

• Pneus descalibrados, pois isso aumenta a resistência ao rolamento, forçando o motor a gastar mais combustível para manter o mesmo desempenho. 
• Óleo do motor vencido, porque uma lubrificação ineficiente reduz a eficiência do motor, gerando maior esforço e consumo.
• Filtros de ar e combustível sujos, já que filtros obstruídos limitam o fluxo de ar para o motor e podem causar queima irregular do combustível.

O ideal é que cada veículo tenha um cronograma de manutenção preventiva, garantindo que esses itens sejam verificados e corrigidos antes que comecem a impactar os custos operacionais.

3 – Rotas mal planejadas

Se a frota circula frequentemente por rotas congestionadas ou enfrenta muitas paradas e arrancadas, o consumo será naturalmente maior do que em viagens contínuas em estradas livres.

A falta de planejamento pode levar os veículos a percorrerem distâncias maiores do que o necessário ou passarem por trechos onde há maior consumo devido à geografia do terreno – como subidas frequentes.

Além disso, o peso das cargas e a forma como estão distribuídas no veículo também influenciam o consumo.

Investir em tecnologia para roteirização e monitoramento de trajeto pode ajudar a identificar rotas melhores e economizar combustível sem comprometer a produtividade da frota.

4 – Fraudes e desvios no abastecimento

Mesmo com um planejamento bem estruturado, ainda há um fator crítico que pode comprometer os gastos com combustível: fraudes no abastecimento.

Empresas que não sabem como fazer controle de combustível de forma eficiente acabam enfrentando desafios como abastecimentos não autorizados, desperdícios por falhas mecânicas e falta de previsibilidade nos gastos.

Para evitar esse tipo de problema, é essencial contar com um bom sistema de controle de abastecimento da frota, que permite rastrear cada abastecimento, analisar padrões de consumo e gerar alertas em caso de irregularidades.

Quais medidas tomar para evitar o consumo excessivo de combustível?

Apenas cortar custos sem um planejamento adequado pode ter consequências nada recompensadoras, como veículos menos produtivos ou motoristas desmotivados. Por isso, as decisões devem ser baseadas em dados concretos e alinhadas à realidade da operação.

Reduzir o gasto com combustível na frota exige uma estratégia bem planejada. Em vez de cortes aleatórios que podem comprometer a produtividade, o ideal é atuar diretamente nas causas do consumo excessivo.

Ou seja, você deve:

• Monitorar o comportamento dos motoristas, garantindo uma condução mais econômica.
• Manter uma boa rotina de gestão de manutenção, evitando desperdícios por falhas mecânicas.
• Controlar e otimizar rotas para evitar trajetos desnecessários e congestionamentos.
• Gerenciar o abastecimento com controle total, prevenindo fraudes e garantindo que os combustíveis sejam adquiridos nas melhores condições.

Cada uma dessas frentes contribui diretamente para uma operação mais econômica e previsível para evitar o alto consumo de combustível na frota. 

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