Durante a COP-30, Conferência Mundial do Clima da ONU, que será realizada em Belém, no Pará, um projeto inovador promete atrair a atenção global: a criação de um novo combustível sustentável feito a partir de caroços de açaí.

Se tem algo que não podemos negar é que a busca por combustíveis mais sustentáveis está cada vez mais intensa — e agora a Amazônia pode ser um dos centros dessa inovação.

E se, além de reduzir a poluição, fosse possível transformar um dos resíduos mais abundantes da Amazônia em uma solução energética? É exatamente isso que pesquisadores brasileiros estão desenvolvendo. Confira mais sobre o assunto!

O que é esse novo combustível sustentável?

Pesquisadores da Universidade Federal do Pará (UFPA), em parceria com outras instituições, desenvolveram um processo que converte resíduos da produção do açaí em biocombustíveis, como gasolina verde, diesel e querosene de aviação, e até em bioasfalto.

Além do açaí, a semente de tucumã também pode ser utilizada no processo, ampliando ainda mais as possibilidades para a produção desses combustíveis alternativos.

Essa inovação não só reduz o impacto ambiental dos combustíveis fósseis, mas também fortalece a economia local, aproveitando um resíduo abundante na Amazônia.

Inclusive, a iniciativa se alinha às exigências da Lei do Combustível do Futuro, criada em 2024 para incentivar a transição energética no Brasil, e cujo objetivo é reduzir a emissão de gases nocivos do setor de transportes por meio da ampliação do uso de biocombustíveis e alternativas menos poluentes.

Como o caroço de açaí se transforma em combustível sustentável?

O projeto, chamado Sustenbioenergy/CNPq, teve início em 2016 como uma tese de doutorado e, desde então, vem evoluindo para se tornar uma alternativa viável ao combustível fóssil. O processo funciona da seguinte maneira:

  • Extração do bio-óleo: os caroços de açaí e tucumã passam por um processo de pirólise, que converte a biomassa em um bio-óleo rico em hidrocarbonetos.
  • Refinamento: esse bio-óleo é processado e refinado, resultando na produção de diversos combustíveis sustentáveis, como gasolina verde, diesel leve e diesel pesado verde, e querosene de aviação verde.

Como isso pode impactar a sua frota?

A introdução desse novo combustível sustentável pode impactar diretamente o setor de transportes, especialmente considerando a necessidade crescente de alternativas mais limpas para o abastecimento.

Atualmente, os tipos de combustível utilizados em veículos pesados são altamente poluentes.

A adoção de combustíveis derivados de biomassa pode:

  • Reduzir a dependência de combustíveis fósseis e suas flutuações de preço.
  • Diminuir as emissões de CO₂, alinhando-se às metas ambientais globais.
  • Facilitar a adaptação às regulamentações futuras, como a Lei do Combustível do Futuro.
  • Criar novas oportunidades econômicas para transportadoras que adotam combustíveis alternativos.

As frotas que já utilizam biocombustíveis, etanol ou diesel verde podem estar um passo à frente nessa transição para essas novas soluções sustentáveis.

A relação entre sustentabilidade no transporte e combustíveis alternativos

A adoção de combustíveis sustentáveis faz parte de um esforço global para reduzir o impacto ambiental do setor de transportes. A busca por alternativas mais eficientes e menos poluentes é essencial para atingir metas ambientais sem comprometer a produtividade das empresas.

Os combustíveis alternativos, como biodiesel, etanol, gás natural veicular (GNV) e eletrificação, já são realidade em muitas frotas, e agora a gasolina verde e o diesel sustentável derivados do açaí podem se tornar novas opções para o setor.

A sustentabilidade no transporte não é apenas uma exigência ambiental, mas também uma vantagem competitiva para empresas que desejam se posicionar à frente do mercado.

Desafios e próximos passos para a produção da gasolina verde em larga escala

Embora a pesquisa já esteja em fase final e pronta para a criação de protótipos, o próximo passo é encontrar investidores e parcerias estratégicas para viabilizar a produção em escala industrial.

Os desafios incluem:

  • Infraestrutura de produção: a necessidade de refinarias especializadas para processar o bio-óleo.
  • Regulamentação e certificação: a adaptação às normas de segurança e eficiência para garantir a viabilidade comercial.
  • Investimento inicial: a busca por financiamento via Parcerias Público-Privadas (PPPs) ou colaborações com grandes empresas do setor energético.

Se bem-sucedido, esse projeto pode colocar o Brasil na vanguarda da inovação em combustíveis sustentáveis, reduzindo sua dependência de combustíveis fósseis e promovendo a sustentabilidade no transporte.

A gasolina verde e os demais combustíveis sustentáveis derivados do açaí representam um avanço para a sustentabilidade no setor de transportes e, com a apresentação na COP-30, a expectativa é que o projeto receba o apoio necessário para ser implementado em grande escala.

Enquanto soluções como essa ainda estão sendo desenvolvidas, empresas e gestores de frota podem começar a se preparar para um futuro mais sustentável, adotando boas práticas de controle de abastecimento e explorando opções como os biocombustíveis já disponíveis no mercado.

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